Quando a maioria das pessoas ouve a palavra assombração elas pensam em uma
criatura sem pés coberta por um lençol, que causa problemas na vida de alguém.
Mas no meu caso a coisa é um pouco diferente.
Uma noite eu fui para o banheiro para preparar o meu banho de espuma, como eu
faço toda sexta feira a noite. Enquanto eu colocava o xampu na banheira para
fazer a espuma, eu notei que a torneira estava embaçando como se tivesse alguém
respirando em cima dela. Eu tentei me convencer que era só o calor da água, o
que teria me convencido, se a torneira não estivesse desembaçando e embaçando de
novo.
Eu apenas fiquei olhando decidida a acreditar que era apenas o vapor da água que
estava saindo da banheira. Quando ela estava quase cheia, eu coloquei a mão para
ver se estava quente. Estava da temperatura perfeita. Eu me virei, fui até a
porta, pendurei o meu roupão e voltei para a banheira. No que eu entrei nela um
frio tomou conta do meu corpo, e me fez pular para fora dela. A água estava
completamente gelada, como se eu tivesse colocado água de geladeira na banheira!
Mas antes que eu pudesse sair da banheira, eu senti (só senti, não vi nada)
alguma coisa segurando o meu braço e me puxando de volta para a água.
Eu acho que bati a cabeça em algum lugar e fiquei inconsciente, porque eu
acordei depois de um tempo ainda na banheira, com a minha cabeça a apenas alguns
centímetro acima da água. Eu estava com muito medo de me mexer. Eu só olhava em
volta, e não via nada. Quando eu olhei para o meu corpo, ele estava coberto de
hematomas, arranhões e alguns pequenos cortes. Depois de um tempo eu juntei
coragem para me levantar e sair da banheira. Cada centímetro do meu corpo doía,
mas eu sai sem sentir nada de estranho e sem ser atacada de novo.
Até hoje eu não sei o que aconteceu, e eu não tenho idéia do que pode ter me
atacado tão brutalmente, por que eu não fiquei lá tempo suficiente para
descobrir, eu me mudei algumas semanas depois. Mas a lembrança daquela noite
está queimada na minha cabeça.
Alguns psicólogos e terapeutas disseram que eu imaginei tudo, que eu devia estar
aliviando alguma experiência traumática de infância. Eu posso não ser médica ou
psicóloga, mas eu sei que o que aconteceu lá não tinha nada a ver com alguma
experiência traumática de infância. Tinha alguma coisa naquele apartamento que
me atacou sem motivo aparente nenhum.
Manuela - São Paulo - S.P.